Caminhava a passos largos subindo a passarela do Metrô do Maracanã, saindo da UERJ. Olhando para o lado e em direção ao chão, avisto um senhor quase sob a passarela atravessando a larga avenida. O movimento dos carros não é intenso, porém é constante. À medida que ele anda, eu também ando e acompanho seus passos inseguros... quase por completar a sua travessia, um carro o atinge e ele voa por sobre o vidro, parando imóvel no canteiro. Meu Deus! Eu corro e em tom aflito peço que alguém ligue para a ambulância. Um rapaz que caminhava em direção ao acidentado já o fazia. Desci correndo as escadas no intuito de ir ajudar, no entanto, parei no meio dela, acompanhando de longe a curiosidade dos transeuntes sobre o sofrimento daquele senhor. Meu Deus ajude-o, pedi internamente. Eu ainda imóvel, sem conseguir descer as escadas, tinha uma imensa vontade de chorar e gritar. Os minutos tornavam-se horas diante da espera por socorro.Ele havia morrido? Demorou de dez a quinze minutos o resgate, não sei precisamente. Mas pude acompanhar ainda o despertar daquele corpo imóvel, o senhor voltara a si, expressando uma dor que eu não sei descrever e de certa forma, aliviando a todos. Estava lá, do lado da vítima, o rapaz que dirigia o carro. Aflito e angustiado seguia a orientação dos guardas do Metrô que também foram ajudar, colocando o triâgulo de sinalização. O senhor que acabara de iniciar sua tarde, eram quase 13 horas, estava com suas duas pernas quebradas. Não pude ir embora sem que o tivessem colocado dentro da ambulância. Ficou pra mim o desejo de que eles se recuperem, um do trauma psicológico e o outro do trauma físico. Essa foi uma experiência angustiante.
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