Thursday, March 24, 2011

comprei lenços coloridos

Hoje comprei lenços coloridos

e eles tiraram a transparência das minhas lágrimas.

Fiquei feliz ao vê-las sendo absorvidas por uma cor

Era um verde-esperança que me dizia:

_Um dia suas lágrimas serão de alegria.

Wednesday, March 23, 2011

O outono


O outono vai fazer cair as folhas,

antes verdes e vivas,

agora já amareladas e mortas de uma bela árvore.

E mesmo achando que o outono tenha levado toda a sua beleza,

essa árvore sabe que suas folhas amareladas ao caírem,

adubarão o chão e fortalecerão sua raiz para as novas folhas,

bem verdinhas, nascerem no próximo verão.

O outono é bonito, mas sempre triste, seca as folhas e flores...

sua chuva é o choro que restaura o chão,

que dá vida e cor a tudo de novo.

Até o outono deseja a cor da felicidade.

Monday, August 13, 2007





Quando o segredo foi descoberto, ele me perguntou:
_ Quem te disse?
E essa foi a confirmação de uma dor aguda que imaginei que me mataria.
Mas ao contrário do que pensei, essa dor foi libertadora.
Naquele dia eu gritei meus medos, expulsei os possíveis demônios de dentro de mim e escolhi não me tornar amarga.
Esse veneno eu, definitivamente, não quero.
Aquela dor não seria capaz de apagar a minha capacidade de amar...

Nenhuma dor é.

Friday, August 03, 2007


LEMBRANÇAS DO MEU AVÔ

Meu avô foi muitas coisas, mas a lembrança do seu tempo de oleiro é especial pra mim.

A beira do lugar onde ele amassava o barro, eu me vi por muitas vezes querendo ser igual a ele, querendo estar lá com a mão na massa – suja e feliz – porque era assim que esse trabalho lhe conferia dignidade.

Como era interessante a fôrma de fazer tijolos!

Minha produção era restrita, já que meu avô muito consciente da condição de criança (minha e da minha irmã) nos proibia de qualquer trabalho. Fazia com que aprendêssemos da melhor forma: brin-can-do!

Havia naquele grande terreno pequenas plantações de melancia, maxixe e não me lembro direito, mas acho que de quiabo também. Eram complementos das refeições de nossa casa.

Daquele barro, eu e minha irmã fizemos muitos utensílios para nossas ‘brincadeiras de casinha” – eram jarros, panelas, xícaras... os quais cuidadosamente nosso “Vovô Cebola” colocava para queimar em seu imponente forno.

Seu Ribamar Cebola assim meu avô era conhecido em nossa pequena cidade. Deram-lhe esse apelido pelo fato de ser alvo como uma cebola, assim ele dizia.

Ele acordava muito antes do amanhecer e seu trabalho era iniciado antes mesmo de tomar o café da manhã, que era preparado por minha avó algum tempo depois e levado até ele por um dos meus tios.

A olaria do meu avô era um lugar mágico pra mim... de lá saia os alicerces de muitos sonhos, sonhos nossos e de outras pessoas também. Imaginava em quantas casas estavam aquelas telhas e tijolos enquanto os via aos montes sob um grande galpão também construído pelo meu avô.

Eu e minha irmã fomos como barro daquela olaria porque aquele oleiro nos moldou de uma forma especial, moldou nossos corações com amor para que aprendêssemos não só a amar também, mas a necessidade da humildade para sermos grandes, da importância de estarmos unidos para que pudéssemos erguer grandes fortalezas que somos nós, que serão nossos filhos...

Wednesday, April 18, 2007

A VIDA É COMO AS FLORES NO OUTONO A ESPERA DA PRIMAVERA...


Não tenho uma casa com jardim, um carro a prestação,
nem mesmo estabilidade financeira!
Eu não estou no mestrado, não falo duas línguas fluentemente
Não fiz minha viagem ao estrangeiro, não li Dom Quixote
Não vi um show do Caetano... não tenho ido ao cinema.

Mas...

Eu já me casei, descobri um grande amor,
Tenho o filho que sonhava ter,
Pago o aluguel em dia de um pequeno apartamento com grandes janelas
por onde o sol me visita quase sempre...
Tenho espaço para um canteiro de flores ou de ervas
Tenho um pequeno rádio de onde saem as canções que me fazem dançar e chorar
Tenho uma pequena estante de livros que não faz de mim uma erudita,
mas que me faz pensar
Posso ver minha mãe, meu sobrinho, minha irmã e meu irmão quando quero
Tenho os finzinhos de tarde para caminhar
Tenho amigos distantes que estão sempre em meus pensamentos...
e posso ver poesia nisso tudo!


Em mais um aniversário tenho
a perspectiva
do muito que ainda tenho pra viver
e a certeza
do muito que até agora vivi.




Inspirado na May!

Wednesday, April 11, 2007

Todas as decisões giram em torno da razão e do sentimento. Elas suscitam um mundo de questionamentos porque sempre haverá alguém disposto a não entender, ou por uma incapacidade ou, simplesmente, por discordar ou não aceitar.
Das diversas decisões (e não foram tantas assim) que já tomei na vida, a grande maioria diz respeito a um impulso, apenas reação, sem análise.
Tenho pensado mais e isso me motivou também a me tirar do foco, isto é, parar de priorizar pequenos desejos egoístas, muitos dos quais ninguém saberia existir... Mas que diante da possibilidade de magoar ou ferir alguém que não pense como eu, eu abdico!
Diante da minha imperfeição, eu não poderei fazer isso sempre. Serei de fato motivo de alguma tristeza algum dia, mas o desejo profundo do meu coração é de fazer sorrir e se tivesse que fazer chorar, que fosse de
felicidade.

Friday, January 26, 2007