não precisa da
A ele basta
a inspiração dos sexos
Eixos harmônicos
que se encaixam
e se integram formando
Há, sim, muitos universos lidiânicos, simultâneos ou que se transfiguram diante dos olhos, ouvidos, paladares e olfatos dos observadores mais atentos. Esses universos lidiânicos oscilam com as marés, com o percurso das estrelas nos céus, com o reflexo das diversas luas nos muitos mares - incluindo os mares de além-mar -, e atraem pássaros de belos cantos e plumagens....
"É velho o sol deste mundo;
velha, a solidão da palavra,
a solidão do objeto;
e o chão - o chão onde os pés caminham.
Donde o pássaro voa para a árvore."
"Da chegada do amor"
Sempre quis um amor
que falasse
que soubesse o que sentisse.
Sempre quis uma amor que elaborasse
Que quando dormisse
ressonasse confiança
no sopro do sono
e trouxesse beijo
no clarão da amanhecice.
Sempre quis um amor
que coubesse no que me disse.
Sempre quis uma meninice
entre menino e senhor
uma cachorrice
onde tanto pudesse a sem-vergonhice
do macho
quanto a sabedoria do sabedor.
Sempre quis um amor cujo
BOM DIA!
morasse na eternidade de encadear os tempos:passado presente futuro
coisa da mesma embocadura
sabor da mesma golada.
Sempre quis um amor de goleadas
cuja rede complexado pano de fundo dos seres
não assustasse.
Sempre quis um amor
que não se incomodasse
quando a poesia da cama me levasse.
Sempre quis uma amor
que não se chateasse
diante das diferenças.
Agora, diante da encomenda
metade de mim rasga afoita
o embrulhoe a outra metade é o
futuro de saber o segredo
que enrola o laço,é observar
o desenho
do invólucro e compará-lo
com a calma da almao seu conteúdo.
Contudo
sempre quis um amor
que me coubesse futuro
e me alternasse em menina e adulto
que ora eu fosse o fácil, o sério
e ora um doce mistério
que ora eu fosse medo-asneira
e ora eu fosse brincadeira
ultra-sonografia do furor,
sempre quis um amor
que sem tensa-corrida-de ocorresse.
Sempre quis um amor
que acontecesse
sem esforço
sem medo da inspiração
por ele acabar.
Sempre quis um amor
de abafar,
(não o caso)
mas cuja demora de o caso
estivesse imensamente
nas nossas mãos.
Sem senãos.
Sempre quis um amor
com definição de quero
sem o lero-lero da falsa sedução.
Eu sempre disse não
à constituição dos séculos
que diz que o "garantido" amor
é a sua negação.
Sempre quis um amor
que gozasse
e que pouco antes
de chegar a esse céu
se anunciasse.
Sempre quis um amor
que vivesse a felicidade
sem reclamar dela ou disso.
Sempre quis um amor não omisso
e que suas estórias me contasse.
Ah, eu sempre quis uma amor que amasse.
Poesia extraída do livro "Euteamo e suas estréias", Editora Record - Rio de Janeiro, 1999,
Abro-me em poesia
Despindo todos os meus segredos
Tristezas e alegrias
Porta-bandeira de mim
Ela trará como estandarte
O grande amor que tenho
Dirá que minha alegria
É a paz dos que me querem bem
Que meu choro
Tem a ver com uma guerra,
uma ferida aberta, doída que logo cessa
que logo cicatriza
Essa poesia
Dirá que é morte
Dirá que é vida